Enc. nova de lomb. e cantos em pele, sem as capas de br.; 172+ (3) págs.; ilu.; 222 mm.
Com um pequeno restauro na pág. 169. De resto, bom exemplar.
Edição de 3000 exemplares, correcta e augmentada, em papel couché com desenhos de Eduardo Moura e Júlio Ramos e o retrato do poeta d`aprés Thomaz Costa.
"(...) Meu caro amigo:
Peço desculpa da minha demora em responder-lhe. Ha uns dias que tenho andado n`um continuo levante, de Vianna ao Porto. Republicas...
Vamos ao caso.
Que o Só alguma cousa deve ao Simples é inegavel. Que os Simples nada devem ao Só inegavel é também.
O que me transmittiram de Paris não foi o que o meu amigo me communica na sua carta. Eis textualmente o que me disseram:
«O Nobre lamenta-se por aqui de que os Simples seguissem na esteira do Só».
Em taes condições é naturalíssimo (não lhe parece?) que eu comentasse com vivacidade e surpreza tão extraordinário disparate. No meu estado d`espirito, em que o odio à litteratura se vai concentrando dia a dia até ao desprezo e até às nauseas, comprehende decerto o meu amigo o quanto as mexeriquices e as caganifancias do dize-te-direi-eu me são tão anthipaticas e repugnantes.
Mas tudo tem termos meu amigo. A phrase atribuida ao Nobre era de tal maneira espantosa que não pude deixar de fazer- lhe um adequado comentario.
Vejo da sua carta que foi uma calunia, e isso me satisfaz e regosija.
Estude e divirta- se. Cuidado com a saude.
Seu amigo af.mo
Guerra Junqueiro." Carta de G. Junqueiro para Alberto de Oliveira, 1892, In- "O Poeta do Só" de Eduardo de Souza, 1924, pág. 102. |